Entrevista Presidente
Quanto foi fundada?
Foi fundada em 1939 e é umas das primeiras casas do povo do país.
Foi das primeiras por algum motivo?
Surgiu por causa das necessidades e realidade da freguesia. Era uma comunidade rural e através da Casa do Povo é que se conseguia ter assistência médica, dai a necessidade de se implementar esta instituição na freguesia.
Quais são as valências da Casa do Povo?
A Casa do Povo tem como única valência o Centro de Convívio, onde reúne cerca de 25 idosos do Livramento e São Roque duas vezes por semana, isto porque a Casa do Povo contempla as duas freguesias.
Temos ainda o Rancho Folclórico que está ligado à Casa de Povo, mas tem estatutos próprios.
É de certo um apoio essencial. Como tem sido efectuado este trabalho? Sim sem dúvida é essencial. Se para os jovens é importante estar atento, para os idosos ainda mais. O trabalho tem sido feito de modo seguro e com continuidade. Temos o transporte de idosos, apoiado também pela Junta de Freguesia, feito por um condutor que acaba por garantir as necessidades de cada um dos nossos idosos. Ainda há pouco tempo fomos com os idosos para o Espaço Quinta participar num baile de Halloween, que acabou por ser uma deslocação agradável e divertida. Aliás eles estão sempre disponíveis e à espera deste tipo de actividades porque ajuda a sair da rotina e sempre podem conhecer outras pessoas e realidades.
Acima de tudo a nossa preocupação é garantir o bem social destes idosos, porque muitas vezes eles estão sozinhos durante o dia.
Outras actividades que tenham por hábito fazer?
Existem sempre vários passeios programados para o ano de actividades, promovemos algumas festas ao longo do ano e claro fazemos questão de comemorar o aniversário de cada um deles para que sintam que são importantes para nós e porque que somos um grupos de amigos que se interessa por eles e quem sabe uma família para eles.
Em termos do trabalho artesanal, não temos uma expressão muito grande, é claro que sempre que nos pedem, abrimos os espaços e damos o apoio necessário, pois sabemos que os bordados e rendas por exemplo são actividades que eles sempre gostam de fazer.
Acabamos por ser uma instituição que recebe todas as ideias e concretizamos à medida que eles nos vão pedindo. É importante receber contributos da parte deles, para que se possa progredir e manter a motivação ao longo do tempo.
Quais os apoios que a Casa de Povo tem para concretizar as actividades?
Temos o apoio importante da Acção Social que para além de estar destinado a algumas actividades contempla também uma verba para o combustível.
As Casas do Povo por não serem geradoras de receitas acabam também por ter as suas limitações.
A Junta de Freguesia também dá uma importante colaboração no transporte de idosos que é feito independentemente da zona de onde moram.
Sem serem estes apoios existe a possibilidade de se obter alguma receita através da quota de sócios, mas infelizmente são muito poucos os pagantes que temos.
Tendo em conta que o Livramento teve um crescimento ao nível populacional e crendo que o número de idosos também aumentou, existe alguma limitação no número de utentes a frequentar o centro?
Não, de modo nenhum. O centro de convívio está aberto a toda a agente, tanto é que as pessoas que já fazem parte do centro acabam por levar a mensagem a outros que conhecem. É claro que existe os que não querem mesmo fazer parte, especialmente os homens e neste caso respeitamos a opção de cada um.
Como é vista a Casa do Povo pela comunidade?
Penso que é bem vista, não encontro razões para opiniões negativas. A instituição é muito acarinhada, as pessoas gostam da intervenção que fazemos.
E em relação à juventude, fazem algum tipo de trabalho ou parceria?
Sim, porque as equipas de futebol de salão para serem inscritas no Inatel só podem ser feitas através de uma instituição e neste caso a Casa do Povo dá o seu contributo a esta modalidade, acabando por ser uma intervenção positiva nos jovens e na prática desportiva.
Não damos apoio financeiro às equipas de futebol, porque não temos fundo de maneio nem podemos dar.
Para o futuro, qual o maior desejo para a Casa de Povo?
O maior desejo é que as pessoas continuem a conviver e se interligam ainda mais de modo a melhorar o seu estado de vida e consequentemente o estado de saúde, porque este é o nosso lema da Casa do Povo.
Queremos que as pessoas se comunicam e que dêem contributos para que as coisas fiquem sempre melhor.
Sabemos que existem dificuldades, por exemplo na locomoção e tentamos sempre colmatar estas dificuldades, pois para nós todo o trabalho é gratificante.
E sobre o Livramento, como vê esta freguesia que tem passado por um grande desenvolvimento?
O Livramento tem evoluído bastante e tem sido um desenvolvimento muito acarinhado. Ainda à pouco tempo contactei com um casal que dizia que tinha falado com o presidente da junta e que este ia fazer uma data de coisas, ou seja vi naquele casal uma motivação e entusiasmo. O presidente tem sido, sem dúvida, uma pessoa muito dinâmica e tem-se mostrado sempre disponível. Ele sabe como e onde pedir para realizar os projectos que tem planeados.
O Livramento está muito bem serviço porque vê se que as pessoas acabam por contribuir para o desenvolvimento que facilmente se vê.
Apesar de eu não ter muita disponibilidade, dou o meu contributo e digo-lhe, eu ajudo porque o presidente merece a ajuda e empenho de todos.
É evidente que o facto de a freguesia ter crescido muito, fez com que exista muita gente que não dá o seu contributo, mas à medida que vão cimentando a sua presença, aos poucos acabam por entrar cada vez mais na dinâmica da freguesia.
Por isso digo que o Livramento tem crescido muito e acredito que não vai parar de crescer.